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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aquele que não pode ser nomeado.

E então, ele chegou. Veio devagar, em silêncio, tinha muita calma. Sabia de sua importância e tirava proveito disso. Ele machucava, promovia sentimentos terríveis. E o pior de tudo: ele nunca vinha só. Trazia seus amigos para uma festa completa, para destruir tudo. 
Por diversas vezes, olhei para o lado e vi seu nome escrito em todas as ideias que me cercavam: medo. Eu tinha medo de tentar, de entender, de descobrir, de agir, de pedir, de acreditar, de ser. Eu tinha medo, muito medo, da dor. Ele me fazia repensar as atitudes, duvidar das pessoas e esconder meus pensamentos simplesmente pelo fato de que eu não queria me machucar. Não queria cair e, sozinha, ter que me levantar.
Mas eu sei, ele não podia viver aqui para sempre. Ele não podia tirar toda a esperança que eu devia ter com a vida. Não podia tirar a luz e o brilho do sol dos meus dias. Não podia. E não pode. Porque, no final das contas, nós só precisamos de coragem para transformar o aquele-que-não-pode-ser-nomeado em um simples medo. E pronto, agora podemos enfrentá-lo de frente; sem máscaras, esconderijos e meias palavras.
Porque o medo é assim: ele espera nosso momento mais vulnerável e ataca. Tira nosso brilho e nos desmotiva. E aí está o problema. Desmotivados, nós entregamos tudo. Deixamos que a vida perca o sentido e esvaziamos nossos sonhos. Esquecemos de cultivar esperança e passamos a nos conformar com qualquer coisa que aparece. E nossos sonhos, são nossa descrição. Sem eles, não há luta, nem intenção que sobreviva.
É por isso, que eu escolhi sonhar. Sonhar muito e ser feliz. Não importa se o amanhã não será bom ou se eu vou arriscar em vão. Se eu tentar e perder, também não importa. Eu não ligo mais para você, medo. Porque eu estou muito melhor aqui, acreditando. Você pode tentar levar tudo, mas isso que escrevo agora é para sempre.
E hoje, eu estou correndo atrás do maior sonho e vim dizer para você, Sr. Medo que não há mais espaço comigo. Pois, com apenas 18 anos eu aprendi que não há limites nesse mundo que eu não possa derrubar com a força da imaginação. E tenho dito.

domingo, 9 de outubro de 2011

Bolsos de garota.


Escrito por Paloma Tamura.

Ela guardava mil sorrisos no bolso: cada um era de um jeito, tinha o seu momento e a sua função. Todos os dias, antes de sair de casa, ela os arrumava caprichosamente, pensando apenas no encantamento em olhos alheios que eles poderiam causar. Sentia-se feliz e completa ao fazer isso. Pensando apenas em como eles afetariam os outros, querendo apenas causar uma alegria bem grande. Mas, conforme o tempo foi passando, ela percebeu que tinha algo errado, pois falhava em sua missão: percebeu que ninguém reparava nos sorrisos dela, que ninguém se dava ao trabalho de olhar. E quando ela parou de arrumá-los, enfeitá-los, até mesmo de usá-los, não ouviu nem um comentário. Ninguém dera por falta. Ninguém parou para pensar no que ela sentira. E ela cansara de ver todo o seu esforço espalhado pelo chão, ser levado por aí pelo vento como pequenos grãos de areia.
Aquela garota era linda e tinha o coração mais amável que ousara existir. Mas ninguém viu, ninguém se deu ao trabalho de reparar. Estavam todos muito ocupados em saber se o próprio sorriso causava mais inveja do que o de terceiros. A garota se sentiu frustrada, invisível e não sabia mais o que fazer - queria desistir, queria acabar com toda a dor, não aguentava mais todo aquele sofrimento. Não aguentava mais amar, se esforçar pelos outros e ver que ninguém percebia sua pura existência.
Foi então que ela passou a carregar lágrimas. Mas, ao contrário dos sorrisos, ela não podia sair distribuindo e usando por aí. Apenas as guardava, todas bem juntinhas, apertadinhas. E eram muitas, inúmeras e todas muito parecidas. Os bolsos começaram a pesar demais – e ela desabou. Caiu desastrosamente, fazendo barulho, estardalhaço. Ela caiu e não esperava ajuda, não mesmo, mas, muito menos do que isso, não esperava que zombassem dela. Mas foi só o que aconteceu. A garota se viu motivo de riso, se viu esparramada no chão, sem conseguir nem respirar, tamanha era sua dor. Os bolsos esvaziaram, inevitavelmente, na frente de todo mundo. E todos ficaram inconformados, chocados - pois ninguém esperava que tudo isso coubesse ali dentro, não imaginavam que a garota pudesse guardar tanta coisa em seu bolso. E eles lhe deram as costas, porque, obviamente, os seus bolsos eram pequenos demais para poderem ajudar.
Mas com alguém foi diferente. Alguém ensinou para a garota que lágrima a gente não guarda no bolso: que a gente deixa ela escorrer, deixa ela vagarosamente descer até o chão. Que uma lágrima pode até ser mais intensa do que um sorriso, mas ela pesa e as pessoas nunca a tomam para elas. E a garota não entendia, não podia compreender porque ninguém havia lhe dito isso antes. Mas foi então que tudo se esclareceu.
"Sabe o que é que acontece? A gente que tem coração e quer distribuir felicidade é pessoa rara no mundo, como pequenos vaga-lumes. Só que na luz do dia, ninguém vê a gente. E, também, sem a luz do dia, não dá para olhar direito no espelho e isso é algo que muitos têm necessidade de fazer. São poucos os que tem a coragem de apagar a luz e abrir os olhos. Mas não é porque ninguém te vê que você precisa deixar de ser um vaga-lume... mais cedo ou mais tarde, alguém vai apagar a luz."
E pela primeira vez ela deixou uma lágrima escorrer até o solo, sendo logo seguida por um sorriso. A garota resolveu não desistir. Seguiu em frente, mesmo com os bolsos furados.



Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo.                                               Kurt Cobain.
  

sábado, 1 de outubro de 2011

O segredo dos seus olhos.

Inspirado no texto "Dos Olhos" de Caio Coletti.
Adjetivos não faltam. Eu tento, mas é praticamente impossível chegar aos pés deles. Até porque, eles estão muito longe do chão. Falo dos meus preferidos, dos olhos. Os meus olhos, os outros olhos; os nossos. São interessantes, intrigantes, misteriosos. Querem saber de tudo, entender a vida. E eu só posso admirá-los, por tamanha coragem.
Já conheci vários. Alguns inesquecíveis, eu diria. Castanhos, azuis e verdes. Intensos, sonhadores, depressivos. Já fui cativada por seu brilho invejável e me perdi em meio à tanta pureza. Mesmo assim, rodeada de experiências memoráveis, poucos foram os olhares que me conquistaram. Esses sim, incrivelmente chegaram ao meu coração e, por mais que eu deseje, não sairão de lá.
Os mais próximos são castanhos, claros e escuros, protetores, fieis. Foram os primeiros que pude ver; os familiares. E eles são o chão que eu piso. Fazem com que eu me sinta melhor, segura e me dão força, para que eu seja simplesmente como sou, sem rodeios. Eles são minhas mãos, meus pés, minha cabeça, são toda minha força. Já os vi chorar, rir, brigar, sonhar e falar sem sequer dizer uma palavra.
Há também um par cativante de olhos castanhos-quase-pretos que me acompanha atentamente, mesmo estando bem longe. E os conheci há bastante tempo, mas foi há pouco que pude descobri quão amigos eles eram. Já compartilhamos as mesmas aflições, rimos e choramos juntos. Eles sintonizam perfeitamente com os meus. Comunicam-se e, acima de tudo, entendem-se, como se fosse mágica. Infelizmente, foram separados por alguns quilômetros de distância, mas continuam unidos pelo poder do coração. E é claro, estão sempre guardados dentro dele. Agradecerei eternamente por tê-los conhecido.
Carrego comigo olhos repletos de verdade. Esses são pretos, de uma cor viva, alegre. Algumas vezes, eles se fecharam para mim e me deixaram ainda mais intrigada. Mesmo assim compartilhei, e ainda compartilho, histórias mirabolantes, engraçadas e inesquecíveis. São os mais sonhadores, os que me ouvem, os especiais.
Eu não poderia me esquecer deles. Os de cor marrom claro, ou será escuro, que eu mal consigo perceber diante de todos os sentimentos que eles me trazem. Nesses, eu tenho vontade de mergulhar e conhecer bem mais à fundo. Eles não estão aqui perto por muito tempo, mas já foram suficientemente bons em me ensinar o que é amizade. Não gostam de falsos moralismos, críticas mal feitas e palavras perdidas. Eles gostam mesmo é de ser sinceros. Mostraram-me que a vida vai muito além do preto e branco da rotina. E quando escuto alguém falar dos "olhos", são os primeiros dos quais me lembro. Eu os admiro tanto que talvez nunca tenha revelado isso. Admiro seu mistério, sua capacidade envolvente de ajudar aos demais, sua inteligência, seu brilho. Sim, eles tem um brilho incomparável. São duas estrelas, prontas, intensas. É, esses são olhos complexos. E eu nunca poderia descrevê-los de maneira exata, porque ainda há muito que eu quero descobrir, se eles me permitirem. Mas hoje, eu não saberia o que fazer se os perdesse. Porque eles são uma parte de mim, são os olhos amigos, os amigos que eu considero e que, espero, permaneçam aqui por um bom tempo.
Conheci alguns olhos azuis, e com eles tive ótimas experiências. Todavia, são os castanhos que me fascinam. Acredito que tenho grandes histórias com eles. E por isso, tornaram-se integrantes da minha memória.
Ainda faltam um par de castanhos. Com esses, eu conheci o segredo de ter um irmão. Acho que no fundo, eu queria que fosse verdade. Porque, por mais que não concordássemos uns com os outros, eu estaria ali por eles e eles por mim. Na primeira vez que os vi, achei que já os conhecia de algum outro lugar. Estranho, eu sentia que esses olhos torciam por mim. E agora eles não passam de lembrança. Mesmo assim, eles estiveram presentes comigo por vários anos e eu não poderia esquecê-los, mesmo que desejasse.
Ah, os olhos. Eu passaria minha vida à contemplá-los só para tentar ser como eles. Poéticos e profundos. Não usam máscara e nenhuma maquiagem é capaz de disfarçar sua intenção. Têm uma pureza invejável e um mar de sonhos infinito. Colorem o mundo e trazem a vida. Quando sentem dor, simplesmente choram, e o alívio é imediato. Carregam consigo histórias, contos e músicas bem particulares, mas que estão sinceramente representadas pelo olhar. Eles não mentem, não foram feitos para isso. São apenas amáveis.
E eu serei uma eterna apaixonada por sua intensidade, por sua precisão. Porque eles vão muito além da anatomia, são a porta da alma.

domingo, 25 de setembro de 2011

Diversificando a solidão.

Eu posso ter errado,
posso ter escolhido o pior caminho
e acreditado em mentiras terríveis.
Eu fiz tudo e agora sou nada.

Tentei mudar os fatos ao meu redor,
O mundo; e mudei a vida, minha vida confusa.
Várias pessoas atravessaram; rapidamente, minhas ruas,
e nenhuma delas quis me ajudar a levantar.
Eu estava no chão, sim.
Caí no piso mais fundo que já conheci,
na consciência, caí.

Conheci expressões amigas, distantes, reais.
Eu fiz de tudo e pouco mudou.

Entre linhas, papeis e sonetos eu encontro reflexos.
Uma imagem nova; fria, vazia.
Eu me encontro aqui; em vírgulas, pontos e rabiscos,
implorando por uma companhia. 
Que não diga nada, não julgue, não minta.
E nada.

Pedindo para que, por favor,
você não me deixe
só.



Obs: Meu primeiro poema, o primeiro de muitos (espero).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Deixe o mundo mudar você e você poderá mudar o mundo.

Por Bruna Correia.
O que antes era profundo, hoje é superficial e o que era externo agora já não existe mais. Ver e rever cada passo, detalhes que fazem das coisas ainda piores, já que agora o complexo não passa de um devaneio e a verdade de uma sina.
A cada novo passo me distancio ainda mais da verdade, pois esta é representada por aqueles que lutam e que, por vezes, por anos ou por vidas; nos esquecendo deles, distanciando-nos, isolando-os e por fim, e ainda mais cruel, domesticando-os a almejar nossas mentiras.
Já não sei se isso é uma ilusão, mas acredito já ter visto a verdade, as pessoas de verdade.
As informações relatadas acima são confusas, porém, retratam-me, quando me refiro a superficialidade. Exponho a minha maneira de ver o mundo e esta consiste em tentar interpretar as pessoas ao meu redor, assim como suas atitudes; quanto ao profundo,  a como eu imaginava que as coisas deveriam ser.
Por enquanto me proponho a analisar. Posso não ser ninguém para julgar, e não sei se um dia chegarei a sê-lo, mas ainda assim o faço. Tento ver como poderia mudar tudo, resolver tudo. Ingenuidade talvez, ou uma busca desesperada por ferramentas que afetem as pessoas de verdade, aquelas que realmente lutam para viver, aquelas que não têm tempo para pensar em política, pois ocupam-se em sustentar os pilares da nossa sociedade com sua força de trabalho.
Vê-las é como me sentir real, é saber como se caracteriza o mundo da maioria; miséria e ignorância até quando for conveniente.
Ao andar embaixo de pontes, pontos de ônibus, postos de saúde ou bairros pobres, verá como é terrível não poder comprar educação, saúde ou até condições que julgamos básicas para sobreviver. Mas de certo verá um sorriso, verdadeiro, sofredor e sincero. Agora deixo a seguinte pergunta: quantos desses você vê no seu dia-a-dia?
Caso ainda não tenha desistido de ler esse texto, você pode estar se perguntando: e o que você pretende fazer? Mudar o mundo? Sair da sua casinha confortável e ir morar embaixo de alguma ponte para sentir sua chamada verdade?
Quero crescer, estudar e com isso futuramente tentar mudar alguma coisa, achar soluções, uma válvula de escape, só não sei como ainda. E se tudo isso não passar de um delírio, será um belo delírio romântico no qual me entregarei.
Talvez termine minha vida pobre e louca, mas sei que se puder mudar alguma coisa, qualquer coisa, terei conquistado o que sempre quis: a liberdade dos meus tormentos interiores.


A Bruna é realmente uma pessoa incrível. A situação pode ser das piores, mas ela nunca perde o brilho no olhar. E é por isso que eu admiro a sua coragem, Brunex s2

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A arte apenas faz versos, só o coração é poeta.

Uma aula de literatura sobre Romantismo e tudo mudou para mim. Eu olhava para aquela maneira, tão distinta, de ver o mundo e no fundo, eu sabia das semelhanças. Ali, naquele lugar intenso, eu me encontrava. Ali, eu procurava respostas. O locus horrendus não me assustava. Eu só queria ser livre, deixar as coisas ruins e só depois voltar para a realidade.
Por diversas vezes eu tentei. Eu quis encontrar o amor, e vi a solidão. Quis achar o sucesso, e só tinha a decepção. Quis tocar o sol, mas a lua foi a única que eu pude ver. Eu quis entender, e tornei-me mais complexa, então. Eu nunca quis aquilo para mim; o pessimismo, o tédio, a dor.
Você, atencioso leitor, deve estar se perguntando aonde eu quero chegar com linhas tão confusas assim. E essa, é exatamente a minha dúvida. Perceber e concluir o que eu tenho pensado, não é tarefa fácil. A linha entre meus pensamentos é tênue, flexível. 
Estou deixando de lado meu lado ultra-romântico. Cansei de toda essa intensidade, da fuga e da idealização para minha vida. Eu sei que essa não é a maneira correta de mudar o mundo, infelizmente. Vejo atitudes vazias, repletas de ódio e competição e nada posso fazer para mudá-las. E é por isso que fugir da verdade, às vezes, parece solucionar.
Meus dedos reproduzem fielmente, as imagens que passam por minha mente. Estranho. Quando dedico algumas horas à escrita, uma pergunta automática sempre toma forma e vem me encarar, intimista. Hoje, eu resolvi enfrentá-la. Ela sussurrou de leve, a dúvida mais cruel que já existiu: - Por que você faz isso? Para que expor suas emoções e deixar que elas te dominem?
Eu não soube por onde começar. Os pensamentos fugiram e aquela pergunta insolente martelava aqui dentro. Pensei nas vezes que desabafei e disse coisas não agradáveis, a troco de nada. Pensei nas lágrimas que caíram; longas, recheadas de incertezas. Pensei na dor. E no alívio que aquilo me trazia. A resposta veio, como o vento. Leve e gelado; impactante na sua forma sútil de trazer à tona o que eu escondi há algum tempo.
Assumo a intensidade e até exagero das minhas ideias, simplesmente pelo fato de que não posso deixá-las passar. E não as deixo ir porque quem vos escreve é meu coração. Aqui, ele é soberano. É inevitável, eu coloco meu sangue em tudo que faço. Com os textos, não seria diferente. 
Às vezes, tudo soa radical demais; ou superficial, não sei. Descrevo tudo ao meu redor e até agora, não sei se posso me orgulhar disso. Mais uma indagação e eu ficarei louca. Sei que a vida não me dará as melhores respostas, e eu não vou me conformar com isso, que fique bem claro. 
Embrulhei os pedaços ultra-românticos e os joguei no em algum lugar do esquecimento. Quero, para mim; histórias intrigantes, reveladoras, mágicas. Comecei a escrever a liberdade, se assim puder chamá-la. Na verdade, quem começou foi ele, o coração. Sou apenas sua serva. Transformo os desejos dele em parágrafos e versos; alguns difíceis, outros bem confusos, confesso. Mas eles são apenas a tradução do que eu enxergo no cotidiano, das atitudes e irritações. E eu me entrego, dou voz e paixão à todos os sentimentos que só eu posso ver. Quanto ao coração, desejo que seus batimentos continuem convertendo tudo em poesia e assim; encontrando em detalhes, o motivo mais especial para sorrir.

"Tudo que se destina a surtir efeito nos corações, do coração deve sair." - Goethe.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Viver é desenhar sem borracha.

Ela abriu os olhos. Sentiu que a luz entrava por eles. E viu a vida, como nunca antes. Procurava há algum tempo a maneira certa de expressar seus sentimentos, mas só o silêncio a acompanhava. Angustiada, pegou um caderno encostado na cabeceira de sua cama, um lápis e se fez livre. Deixou todas suas emoções escaparem para o papel como se o mundo pudesse ler, e sentir.
Os últimos anos não foram fáceis para ela. Perdeu seus avós paternos que, mesmo morando longe, eram infinitamente amados. Assistia seu pai chorar; o olhar triste, enfraquecido, revoltado. Entrou em depressão e a garota, nada sabia que pudesse ajudar. Somada à toda essa preocupação, ainda estava a pressão dobre a escolha da profissão, do futuro.
No auge de seus 17 anos foi obrigada a decidir o destino de toda sua vida. Não estava preparada, óbvio. Mas isso não importava agora. A única verdade que tinha para si era o desejo latente de auxiliar o próximo. Seria médica, então. Em meio às perdas e deslizes emocionais, a menina encontrou um motivo para sorrir. Escolheu lutar pelos seus sonhos e esperar, fielmente, pelo dia em que eles se tornariam reais.
Quando se sentia só, escrevia. Desenvolveu paixão pelos textos, tornou-se íntima das palavras. Encontrava em suas aflições e frustrações, algo que fosse bom o bastante para ser lembrado. Afinal, ela não gostava de desabafar, preferia assumir sua culpa e seguir em frente.
Virou a página. A menina não sabia como, mas o tempo a fez mudar. Ela sabia que no caminho haveria tristeza e desilusão. Entretanto, ela estava pronta para narrar sua história sem medo de errar.


Yeah, lost 'till you found, Swim 'till you drown, Know that we all fall down, Love 'till you hate, Jump 'till you break, Know that we all fall down - All Fall Down, OneRepublic.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Nunca diga que as estrelas estão mortas, só porque o céu está nublado.

Nem sei por onde começar. Talvez eu nem devesse. E por incrível que isso lhe pareça, querido leitor, hoje não estou aqui para reclamar. Estou à procura do meu novo 'eu' e não poderia encontrá-lo em outro lugar.
Aqui, as palavras são capazes de reconstruir tudo, rapidamente. Podem mudar, apagar ou acrescentar à minha maneira. Hoje, elas são minha segunda vida, seja lá como isso for. E me fazem feliz, como nunca antes.
Escolher não é fácil. Ninguém disse que seria. Eu tomo decisões a cada segundo, e não tenho medo delas. No fundo mesmo, eu sou uma reinvenção. Precisei disso para entender que a vida é um conjunto de períodos com começo, meio e fim.
Eu estou pronta. Para um novo começo, com novas ideias, ilusões e conquistas. Com minhas amigas derrotas, mais íntimas impossível. Não importa como, eu quero respirar outros ares. Sentir a luz novamente. Iniciando agora, vendo meus reflexos. O espelho já não forma a mesma imagem para mim. O cabelo é o mesmo, o rosto é idêntico, o sorriso está sempre desconfiado, mas os olhos são outros. Eles parecem preocupados, tensos, apagados. Mas, olhando bem, eles brilham, acendem e vivem. Castanhos, moldados, profundos. Podem sentir a verdade e seduzí-la. São fortes, intensos; carregam palavras sútis e reveladoras.
São meus. Um pouco assustadores, eu diria. Mas, imensamente sinceros. Poucos conseguem entendê-lo. Afinal, eles adoram ficar escondidos. E agora estão preparados, para o mundo. Querem ser olhados, desvendados, cativados. Assim como eu. 
Meu céu pode estar nublado hoje, pouco perto da eternidade. As nuvens estão se abrindo, vagarosamente, e é possível ver o sol. Ele me diz para continuar, mas falta-me tempo para correr atrás dos sonhos. Organizei todo o passado, e agora ele não passa de uma recordação. Guardei algumas lembranças, bem lá no fundo. 
Tenho milhares de coisas para pensar e me dedicar, e é para elas que darei meu tempo. Se tem algo que me deixa irritada comigo mesmo é passar tempo lamentando. A rotina é outra, mudou e veio para ficar.
A escada é grande, e há degraus infinitos. Meus olhos vêm algumas sombras e insistem em tentar interpretá-las. Não sei como isso vai terminar, mas posso sentir que escrevo nesse instante, o primeiro parágrafo de uma longa história.

domingo, 3 de julho de 2011

Era uma vez ?

Ela era apenas uma garota. Eu disse apenas, mas isso já era muito. Sentia-se só, abandonada, esquecida entre as ilusões e interesses alheios. Pensou em desistir. Depois, acabou desistindo de tentar se entender. Sua vida não era a mais bonita, ela não era brilhante e tampouco agradável. Tinha seu mundo paralelo e vivia por aí imaginando como o futuro poderia ser. Sonhava tanto quanto respirava e acreditava que em algum momento, todos iriam se realizar. A garota odiava mentiras, mas constantemente, se decepcionava com elas. O que talvez ela não soubesse é que, conforme os anos passam, a decepção passa a ser rotina. Ela não pedia muito. Não queria ser aceita, nem mesmo apoiada. Simplesmente precisava ser ouvida.
O mundo era muito cruel para ela. E as pessoas, superficiais demais. Era tudo muito incerto, e a menina tinha medo. Pensava nos personagens à sua volta e os entendia, mesmo que doesse. E como isso doía. Tinha poucos anos de vida, mas já carregava feridas incuráveis. Ainda assim, ela sorria. Achava nos intervalos dos problemas, algum motivo que a fizesse gargalhar. Por dentro, ela chorava. Infelizmente, ninguém estava lá para enxugar suas lágrimas.
É imprescindível lembrar que a garota era, acima de tudo, humana. E suas escolhas, podiam não ser perfeitas. Mas eram SÓ dela. Compreendia, ou pelo menos tentava entender, todas as coisas à sua volta. Escutava, observava e aceitava tudo que lhe diziam. E então, revoltava-se. Irritava-se profundamente por não ser compreendida. Já foi acusada, julgada e condenada a prisão perpétua. Seu crime era acreditar. Por diversas vezes acreditou nas mudanças, na vida e nos outros. Acreditou tanto que foi enganada por suas próprias palavras. Mais uma vez, ela errou. E claro, não foi absolvida. Seu erro, agora, foi se importar demais com a opinião alheia. Outra cicatriz e talvez, algum aprendizado.
A garota hoje, já não é tão menina assim. Passou a desconfiar também. Já não é mais capaz de aceitar. E isso quem ensinou foi a vida. Ela cansou de ser reprovada e resolveu se encaixar. Em seu rosto, ainda escorrem lágrimas. Seus olhos estão inchados e sua verdade, apagada. Por pouco tempo, que fique bem claro. Ter que se levantar sozinha era natural para ela. Por isso, está preparada.
Coincidência? Óbvio que não. A alegoria é só mais uma de minhas máscaras. Essa é a maneira que encontrei para dizer que também tenho sentimentos e acima de tudo, ouvidos. É, eu posso ouvir tudo. As ofensas, críticas e adjetivos à meu respeito. Normalmente, eles não me agradam. Mas estou aqui para perdoar. Que fique bem claro, perdoar. Esquecer, talvez seja impossível. Principalmente porque eles vêm das pessoas em quem confiei. Sem moralismos, não sou exemplo para nada. Gosto de ser respeitada e meu coração não é de papel, como pensam por aí. Posso ser quieta, chata e intransigente, mas eu sou capaz de assumir meus defeitos e culpas.
Estou sozinha, outra vez. A história recomeça e ainda não encontrei o que desejava. Mas como ninguém se importa, novamente perdi meu tempo tentando dizer a todos como estou profundamente triste.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Confissões inconformadas de uma aspirante à revolucionária.

Desta vez não será tão fácil. Dentro de mim moram várias confusões e conflitos, mas com esses a luta já se tornou antiga. Desisti de entender algumas coisas só para poder estar feliz. E na hora que tudo parece limpo e organizado, mais alguma chateação aparece. Vou espantar muitos dos leitores agora, mas espantar pessoas parece normal para mim.
Não posso esconder minha tristeza e negar minha rebeldia. Eu fico indignada com a injustiça e prefiro escrever a falar a verdade. Não por falta de caráter, mas para preservar meu tempo. Então, desculpo-me desde já por deixar de lado a impessoalidade.
Escuto coisas a meu respeito e definitivamente, elas não me agradam. Parece tão banal para os demais olhar e julgar minhas atitudes como se eu fosse um nada. Não sou perfeita (estou bem longe disso), não tomo as decisões corretas e não falo tudo o que penso. Mas e dai? Acima de tudo, eu tenho sentimentos. Quer dizer, eu tinha, porque talvez eles não representem nada para ninguém. Isso não é pessimismo, que fique bem claro. Só estou confessando aqui, os péssimos vocábulos que chegam até mim.
Para o resto do mundo, as comparações, ofensas e traições de nada valem. Meu pobre coração é obrigado a lidar com elas todos os dias, e nem por isso desistiu de tentar. Não gosto que me subestimem, ninguém aqui sabe aonde eu posso chegar. Estou decepcionada sim. E não tenho vergonha de gritar isso. Cansei de meias palavras, ilusões e falsidade. Cansei de ser observada como alguém que pode suportar tudo, até a crueldade. Eu cansei. Não tome esse ponto final como se o jogo estivesse perdido, entenda-o como o início de uma mudança.
Prometi para o meu 'eu' que eu não devo guardar tudo aqui dentro. Que não devo querer manter a boa convivência, se ninguém mais está preocupado com isso. Talvez se eu falasse abertamente sobre isso, a decepção seria mais sutil. Porém, não há muito o que pensar, o dia é curto. A partir de hoje, estou fazendo uma revolução na minha vida. Não quero mais saber o que as pessoas acham, elas não teriam capacidade de suportar a mesma pressão que eu. Para que elas se sintam bem, é melhor diminuir o esforço alheio. Podem diminuir tudo, menos o MEU esforço. Elas podem palpitar sobre tudo, menos sobre a MINHA vida. 
Eu também sei que ainda existem seres iluminados no planeta e eu agradeço por ter alguns aqui comigo. São os únicos que sabem que por trás desse turbilhão de sentimentos existe alguém, que só precisa de um olhar afetivo para se sentir segura.


Não me entrego sem lutar, tenho ainda coração. Não aprendi a me render, que caia o inimigo então. - Renato Russo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

São só minhas ideias tortas.

O tempo é curto. Mas isso não é novidade para ninguém. Eu pretendo fazer tudo, e não saio do lugar. Desabafar agora é lembrança, o essencial é viver. Pensar é tarefa árdua, dói os músculos e os atrofia. Esqueci de mim, das horas que passava aqui e simplesmente liberava minhas emoções. Pois é, o hoje está complexo. Tenho mil coisas para dizer, e me falta prática na expressão. As palavras fogem e eu estou correndo atrás delas. Irei aprisioná-las e talvez isso fará sentido.
Às vezes, eu me sinto só. Largada em algum lugar muito escuro, em situação de isolamento. Outras vezes, pego-me extremamente feliz por algo que ainda não me pertence. Sinto como se tivesse o mundo em uma de minhas mãos e na outra, a bomba que pode destruir tudo. Pode parecer uma simples confusão ou um momento de bipolaridade. Mas não é. É o conflito mais estranho que já observei, não só dentro de mim, mas em todos que analisei. É como se de repente não houvesse mais motivos para acreditar, para se fazer escutar. 
Eu sei, não há razões para perder o controle. Em meio a tanta incerteza, é impossível ver-se completamente entusiasmado. Minhas aflições se repetem, parecem um ciclo, sempre voltando e me trazendo as mesmas preocupações. Eu poderia me libertar, deixar tudo acontecer e esperar, entretanto é impossível. Sou intensa, crítica e sistemática. Quero entender tudo o que me acontece e estou revoltada por não obter respostas. Não é pedir muito, acho. Essa é a minha maneira de encarar a vida. Pode ser que eu nunca encontre as respostas que tanto procurei, não por falta de insistência, por falta de sorte mesmo. A verdade é que eu quero que esta fase turbulenta acabe logo e eu possa dizer que valeu a pena sofrer um pouco. Tenho que respirar, e colocar tudo no lugar certo.
Dou o meu melhor, faço tudo para que algo aconteça e sabe o que eu recebo em troca? DÚVIDAS. Duvido do conhecimento, duvido das pessoas, duvido da sorte, duvido de mim. Estou incapaz de perceber intenções boas no mundo. Penso no futuro e poucas imagens passam por minha cabeça. Elas não são reais e isso me frustra. É como se tudo fosse uma mentira, ou uma verdade ilusória, só para ficar mais sútil.
No fim, continuo sem saída. Submetendo-me às diversas situações que batem na minha porta. E pode ser que um dia eu encontre as explicações para meus conflitos. Ou eu simplesmente não as entenderei nunca. Para que tudo corra bem, melhor não questionar os postulados da vida. De qualquer maneira, tive que registrar, como viver nesse lugar incerto me deixa irritada. Por enquanto, permito-me um sorriso forçado, desconfiado, mas pronto. Pronto para escutar mais um não por aí. Eu pareço forte, mas meu coração é somente uma simples porcelana. E tenho dito.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

I'mma tell you everything .

Posso suportar tudo. Tudo aquilo que o tempo insiste em tirar de mim. Continuo vivendo, respirando e nadando contra as ondas do dia. Várias coisas passam por minha cabeça, mas eu não posso entendê-las direito. A verdade é que também não entendo por que estou aqui, hoje, colocando em ordem as palavras que; como um sussurro, entram em minha mente. Chego a acreditar que elas se perderam e agora estão aqui atormentando meus pensamentos. Acontece que elas, as palavras, só vieram para traduzir o idioma da minha vida.
Sim, eu criei um idioma para todo esse turbilhão de emoções: a linguagem da paciência, da calma. Parece até meio irônico associar coisas tão sutis com minhas ideias. Só que estou a tanto tempo esperando as coisas darem certo que acho até que me tornei amiga íntima delas. E por incrível que pareça, eu também não consigo sentir dó de mim mesma. Quem me conhece sabe que eu não gosto muito dessa tal de piedade. Procuro encarar do jeito mais realista possível todas as decepções que puxaram meu tapete e cobriram meu sol.
Há muito venho procurando o caminho certo a seguir, as placas de direção e o radar que mudará minha velocidade. E quanto mais eu procuro um sentido para acreditar, mais me deparo com motivos para chorar. Inspira, expira. Tudo volta ao normal. Olho para o lado e enxergo as mesmas quatro paredes que me cercam, as quais escutam meus lamentos, preces e contemplam minhas alegrias. Vejo a janela e ainda há luz lá fora. Deixo a luminosidade penetrar meus olhos e me lembro de tudo que tenho passado ultimamente. Sinto que estou tão perto de alcançar meus sonhos e, ao mesmo tempo, tão distante. Como se cada hora que passa fosse uma reafirmação de todas minhas convicções, de todo meu caráter. Agora, a mesma luz que guia meu raciocínio está me cegando e não consigo enxergar além dela.
A única coisa que posso pensar é que não tenho forças para desistir. Por mais que eu perca para a vida mais uma vez, insistir me trará a felicidade. Não é conversa de perdedor, é só uma maneira esperançosa de assistir os capítulos da minha própria novela e esperar até que o final chegue. Estou pronta para mais tapas, empurrões e sombras. Pronta para brigar por meu espaço, encarar os demônios do medo e esperar; até que meu sonho me dê a mão e diga: chegou a sua vez. Enquanto a hora não chega, continuo sentada de frente para o mundo. Paciência Talita, paciência.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Queimando a consciência e a sequência que ela traz.

Outro dia comecei a arrumar algumas gavetas e encontrei uma corrente que há muito não usava. Feliz com tal fato, resolvi tirá-la da caixinha onde se encontrava e percebi que ela estava repleta de nós e presa a outro colar. Peguei-a com delicadeza, sentei e decidi desfazer aquela bagunça. Foram longos minutos de atenção e paciência. E toda essa situação me levou a pensar e concluir que eu estava diante da minha própria vida, ali com a corrente nas mãos. Sim, pasmem! Eu vou comparar duas coisas tão absurdas e ao mesmo tempo, tão semelhantes.
Assim como os nós, temos problemas e conflitos internos nos acompanhando, nos fazendo aflitos, confusos, iludidos. Eles aparecem sem querer e, na maioria das vezes, custamos a resolvê-los. Pensando melhor, também são eles que nos motivam a levantar, procurar a luz e seguir tentando. Quando tudo parece perdido, sempre há um apoio para nos empurrar.
Fiquei surpresa com tantas revelações e soltei a corrente. Sem tocá-la, observei-a distante e atentei às duas pontas do cordão: o nascer e o morrer.  Elas nunca andam juntas, mas estão ligadas por vários elos que dão voltas e completam o ciclo. Lembrei de como tudo começou, da minha infância, de como era puro e bom poder brincar o dia inteiro, admirar as coisas mais belas da vida, a natureza, sorrir sem precisar ter motivo. Acreditar que a felicidade está ali, na próxima esquina da rua da vida esperando para me dar uma carona.
O tempo passa e a lei da entropia tende a predominar: tudo tende à desordem até que se atinja um equilíbrio. Incrível, contraditório e real. Quando achamos que a nova fase da vida nos trará outras descobertas e sensações, somos cruelmente pegos pela decepção de que tudo piorou. Agora nos chamam adolescentes e adultos e crêem que somos capazes de resolver e lidar com todas as adversidades.
Mas não vou prosseguir com essa ilusão. No meio de toda esta história eu perdi bastante. Atrevo-me a dizer que fui mais derrotada do que vitoriosa. Porque no final, cada respiração é uma luta contra o tempo. Cada minuto é uma batalha contra a morte. Tudo isso só para poder construir a minha própria corrente. Eu quero muitos elos; quero muitos nós; muita experiência. EU QUERO MUITO TEMPO.
Pronto, terminei de desfazê-los. Agora é só esperar até que novamente, a corrente se enrole e eu esteja preparada para consertá-la. Ou talvez eu nunca esteja, mas a vida não vai estacionar para me escutar. Hoje eu aprendi que, por mais que eu critique toda essa coisa de solidão, só eu sou capaz de me acompanhar. E por mais que as horas passem e eu continue perdendo meus exércitos, a briga continua. Simplesmente porque eu não vou desistir da guerra da minha existência.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

As lágrimas não pedem, mas merecem perdão .



Tempos difíceis. Tudo parece indecifrável, intransponível. E novamente estou aqui, questionando as coisas que não posso entender, esperançosa de que qualquer resposta servirá para aquecer minha alma tão fria. Realmente, eu não pude entender certos comportamentos. Eu tentei, juro! Mas não há nada aqui em minha mente capaz de mostrar o caminho para te compreender. Talvez eu sempre espere muito mais das pessoas do que, na verdade, elas possam me oferecer. E elas não se importam com isso. Parece que eu nunca signifiquei nada suficientemente bom para merecer uma palavra sincera. Não quero ficar dando voltas e esquecer do assunto pelo qual comecei a escrever: o perdão. Imagino que vocês devam estar espantados com essas revelações. Entretanto, libertei as emoções que há muito estavam escondidas.
Eu não consigo disfarçar minha angústia, fantasiar minhas lágrimas, mascarar meus pensamentos. E não quero. Prefiro ser esperançosa e acreditar que a vida me dará uma segunda chance. E quando acontecer, que eu tenha coragem para dizer o que meu coração não pode armazenar; aquilo que ficou lá no fundo, nas profundezas da minha válvula atrioventricular (ok, eu exagerei). Mas quer saber? Eu não me importo.
Desta vez parece real. Estou segura que a história não se repetirá e, esta decepção, eu não verei mais. Simplesmente pelo fato de que perdoei. Perdoei os sorrisos pela metade; as frases inacabadas; os olhares desviados; as mentiras; as ofensas; o desprezo; o esquecimento. Perdoei o tempo, por ter me tirado as coisas e pessoas que eu mais amava. Incrivelmente, hoje eu dei liberdade condicional para as magóas. E me sinto mais leve. Mais feliz.
Agora eu posso ver os fatos com mais clareza, analisá-los com coerência, aceitar a verdade nua e crua. Sobrevivi! Mesmo com todo o caos que minhas ideias me proporcionam, eu posso dizer que sou uma sobrevivente; que venci o medo de dizer adeus e o fantasma do abandono.
Foi sublime. Assim como as palavras do excelentíssimo Eça de Queiroz (sim, o autor de A Cidade e as Serras, o livro mais aterrorizante do Ensino Médio): "Não haveria o direito de vencer, se não houvesse o direito de perdoar." Mágico. Poderoso. Tranquilizante. Nunca tinha me dado conta de como milésimos de segundos poderiam mudar minha vida. Eles são milagrosos. É triste que nem todos tenham vivido essa sensação.
Poucas coisas são tão gratificantes. Perdoar é. Depois que tomei a decisão de relevar certas coisas que não me agradavam, minha consciência livrou-se das suspeitas. Agora eu só preciso viver aquilo que o presente tem guardado para mim. Esperar pela chance de refazer meus erros.
Simples como respirar. Complexo como física. Acho que no final das contas, eu tenho que me perdoar por ter pensado um dia que tudo estava acabado. E que assim seja.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quem se define se limita ?

Difícil é se descrever, fazer com que palavras definam quem você é, ou deixa de ser. Não acredito que eu seja ninguém de tão grande importância. Presumo que eu seja como qualquer um, com certos defeitos, porém acompanhada de qualidades. Posso ser constante, inconstante, ou até mesmo os dois ao mesmo tempo. Em grande parte do tempo, sou previsível, admito. Mas o imprevisível me acompanha de perto, quando necessário. Consigo ser o bem e mau, o certo e o errado, a tristeza e a felicidade. Eu posso ser tudo, ou simplesmente nada. Talvez eu seja isso; uma porção de coisas.
E então, caros leitores, quem se define se limita?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A força da imaginação .

Definitivamente, este será o texto mais sem sentido que vocês já leram em suas vidas. Simplesmente pelo fato de que não defini exatamente qual é o assunto principal dele. Mas senti um desejo louco de falar sobre as palavras. Sim, sobre minhas melhores amigas.
É incrível como elas conseguem entender meu estado de espírito e decifrar minhas emoções sem nenhum esforço. E quando preciso de apoio e calma para enfrentar certas situações adversas, são as mesmas que me mostram que estar tranquila é somente uma questão de prática. Por mais que eu não me sinta preparada para tomar algumas decisões, o medo torna-se extremamente insignificante no momento em que pego uma caneta e começo a escrever. Como em um passe de mágica, as horas que dedico às minhas reflexões, tornam-se tão produtivas; que me esqueço das coisas mais importantes do dia-a-dia. Esqueço-me dos problemas, frustrações e aflições. Parece que no lugar onde as palavras se acomodam em minha cabeça, não há nada que possa fazê-las sofrer ou desistir.
Tudo fica tão escuro quando elas fogem. Algo parece faltar, e meu mundo já não é mais o mesmo. E minha incapacidade de expressão só demonstra ainda mais o controle das palavras sob meu ser. Garanto que não sou a única. Ou talvez eu esteja ficando louca por assumir isso. Pensando bem, é impossível imaginar um mundo sem palavras; sem significados; sem cor. Fiquei atônita só em imaginar o tédio que seria viver em um lugar que não tivesse sua linguagem. Sei lá, acho que nesse caso não existiria lugar definido. Eu sei, estou me complicando mais ainda tentando explicar algo sem explicação; todavia, não posso deixar de lado esse impulso por estes minúsculos símbolos que tomaram um grande espaço em minha vida.
Digo tudo isso por experiência própria: depois que descobri que podia escrever e desabafar tudo aquilo que não concordo e que me enfrenta, as coisas que pensava começaram a se organizar em minha memória da mesma forma que procuro frases para dissertar. E de repente, tudo se encaixou. Conheci mais uma paixão que sempre esteve aqui, escondida no contexto das minhas histórias, das minhas confissões; aquilo que permanecia somente na imaginação, mas que necessitava ser real.
Hoje, tenho a maior satisfação de poder compartilhar minhas vivências com as outras pessoas, além de poder me conhecer melhor. Claro, também tenho minhas preferidas, aquelas que não tiro da mente nem por segundos, que são o ar que respiro, o alimento do corpo, o combustível do cérebro. Sentir e persistir. Sem mais.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

É de batalhas que se vive a vida .

Tantas coisas para falar e pouquíssimas expressões capazes de demonstrar o que sinto com clareza. Meus dias sem vocês, amados leitores, têm sido extremamente chatos e monótonos; até o momento em que aproveitei minhas horas para escrever sobre o que penso. Acho até que já perdi a prática com os textos, e me perdoem se ocorrer algum erro.
E dessa vez não será tão fácil. Parece que há alguma coisa dentro de mim, que amarra meu coração e sufoca meus sentimentos. A verdade é que não sei exatamente o que isso representa, mas talvez eu faça idéia do por quê está aqui.
Sempre gostei das mudanças, sejam elas de ambiente ou de personalidade. Entretanto, algo ainda não me fazia esquecer os anos anteriores, e por incrível que pareça, eu quis estar neles novamente. Pode ser complicado para entender, mas tem coisas que me prendem àquele lugar, àquelas pessoas, àquela rotina e tudo o que ela me fez viver. É estranho perceber e compreender as sensações que tenho e os medos que terei que enfrentar. De tudo isto, só me resta aceitar a realidade de que não pertenço mais ao passado.
Relembrar não será a melhor maneira para seguir em frente. Mas não tenho outra opção. Reviver minhas lembranças é o único modo que encontrei para me confortar diante das situações e ter o prazer de ser feliz como eu fui antes. Até das angústias, tristezas e decepções eu sinto falta.
Talvez, quando esse texto for publicado eu já não esteja me sentindo tão vazia como agora. Quer dizer, o que mais desejo é que esse furacão de emoções passe logo e, claro, não deixe muita destruição para trás. Assim será mais fácil, ou menos doloroso, construir e trazer alegria e boas energias nos novos locais por onde estarei. E não importa se eu não permanecerei ao lado de todos que amo, a necessidade de que o tempo passe sempre estará em primeiro lugar. Não há como lutar contra a maré, muito menos em sua época de cheia. Inútil.
O pior de toda a história é que eu nunca poderei esquecer os bons momentos que já tive naquele tempo. Por mais que eu me esforce a cada minutos mais, eu não sou capaz de apagar os fatos. Viverei com eles, então. Sem sofrimentos, sem dores, sem arrependimentos. Chegou a hora de mudar de capítulo, escrever novos contos; com novas palavras; novos conflitos. Eu sei que posso me superar. Todos nós podemos. Melhor que prosseguir aqui relatando o que passou, é mudar minha postura e transformar minhas lágrimas em sorrisos, já que elas ficam sem sentido neste momento. O segredo é respirar fundo e seguir buscando minha felicidade em todas as curvas da vida, em todos os caminhos que ela me oferecer; deixar as memórias e construir um futuro, antes que fique tarde.
Viver é esperar por mudanças, e mesmo que suportá-las torne-se por vezes, ameaçador, fugir não é a melhor decisão. Preciso de um tempo para recompor minha canção, ciente de que a partir de agora ela já não terá a mesma melodia.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ter saudade é melhor do que caminhar sozinho .

Não podemos negar aquilo que sentimos. Tudo que vivi continua em minha cabeça como se o passado pudesse ser recapitulado. Eu realmente não sei o que acontece, mas parece que quando a saudade aperta; minhas lembranças são os únicos sentidos que podem enxugar minhas lágrimas e me mostrar o caminho a percorrer. E é por isso que eu não quero me livrar delas tão cedo. Nem adianta questionar. Apesar de todos meus arrependimentos é bom ter uma imagem sua para relembrar. Perceber que alguma coisa pode ter sido aproveitável. E sorrir. Talvez essa seja a atitude mais adequada em momentos como este.
Melhor parar, não estou nos meus dias mais inspiradores. Entretanto, vim registrar aqui; publicamente, que sempre haverá um espaço em meu cérebro para os bons momentos que tive ao lado das pessoas que mais amei. Por mais que elas não estejam mais aqui para saber disso. Ou não queiram. Mesmo assim eu ainda posso agradecer por ter estado, mesmo que durante milésimos de segundos, nos pensamentos de alguém. Independentemente dos julgamentos que elas fizeram de mim, eu também já me senti desprezada. Deve ser por isso que eu insisto em ficar lembrando meu passado: lá, tudo é pensado da maneira mais doce e suave possível e, eu ainda posso, mudar alguns detalhes e criar a continuação da história.
Sinceramente, meu encéfalo é o arquivo mais empoeirado e fascinante de todo o mundo. Ou pelo menos, do meu mundo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Não tenha medo da perfeição. Você nunca vai atingi-la .

Procurei em todos os lugares o significado de perfeição. E as palavras que encontrei para defini-la eram realmente muito bonitas e complexas, mas fiquei extremamente decepcionada quando me dei conta de não existe nenhum ser digno de pertencê-la. Segundo minha pequena pesquisa, o adjetivo perfeito designa aquele que reúne todas as qualidades; que não possui defeitos; ideal, impecável; excelente. Completo, absoluto, total.Agora respondam-me, caros leitores: vocês conhecem alguém assim tão superior que possa ser chamado de perfeito? Doce ilusão.
Mesmo depois de já tirar minhas próprias conclusões, fiquei intrigada em saber por quê então, buscamos características inalcansáveis? Não consigo entender o que se passa na mente humana. Parece que em pleno século XXI ainda insistimos em praticar a tortura. Seja com o corpo, o cabelo, com o jeito de falar, vestir, andar ou pensar, todos sempre querem ser diferentes. Este é o problema: aceitar suas próprias qualidades e não saber controlar os defeitos. Não estou dizendo para os indivíduos deixarem de ser vaidosos, mas que eles saibam até onde suas escolhas são saudáveis. Enquanto buscarmos as mudanças e as mesmas forem benéficas à nossa saúde mental, talvez a perfeição não se torne uma cultura. Limite. Tudo que fazemos deve ser limitado, moderado, controlado, por mais que o fanatismo tome conta de nossas ideias. E quando acontecer, serve analisar os fatos e ver que toda a beleza física é uma percepção. Os olhos podem ver aquilo que querem e do modo como desejam. Talvez seja por isso que eles sejam os órgãos mais instigantes do organismo. As emoções, pensamentos e sentimentos podem ser simplesmente revelados através de um olhar. Perigoso. Ele também pode nos fazer culpados, feios, incapazes e tantos outros vocábulos negativos. Quando nos damos conta disso, chegamos ao principal: a vida é perceber.

Perceber que não há bonito ou feio; inteligente ou burro; normal ou estranho; louco ou lúcido; há somente visões distintas da mesma coisa. Distintas e verdadeiras. Cada um carrega a sua verdade o que não o torna, necessariamente, dono dela.
Bloqueamos nossa capacidade de enxergar a diversidade de pessoas que estão conosco e quão belas elas são. E o mais importante: como elas podem mudar nossas vidas, com simples gestos e poucas palavras. Todos somos incríveis e independentemente da aparência, temos que aprender a transformar o que não apreciamos em experiências para lidar com todas as cobranças que a sociedade nos impõe. Não existem estereótipos para a felicidade. Somente há a vontade de aproveitar cada momento e fazê-lo eterno. Afinal, a perfeição está em poder viver um dia de cada vez, respirando fundo e procurando respostas para as questões que ainda não compreendemos. Portanto, permita-se: dance, pule, cante, mude, faça, seja, fale, ACONTEÇA. De nada vale buscar o biotipo ideal e perder aquilo que temos de mais precioso: o tempo. Não podemos perdê-lo com tanta futilidade que há à nossa frente se temos tantos outros desafios a enfrentar. Eu sei que é difícil não se adaptar ao mundo e seus conceitos. A maioria das vezes também me sinto coagida a ser e agir como os padrões doutrinam. Todavia, eu não consigo mentir. Muito menos para mim mesma. E por isso me conformei com o que sou. Fazer o quê, vocês teram que me aceitar assim, repleta de imperfeições e defeitos (vale ressaltar que eu nao seria nada sem eles).
Precisamos de humanos e não de capas de revista. Apenas VIVA.


"Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito" - Fernando Pessoa.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Não tenho estilo, tenho muita coisa para dizer. E digo.

Li certa vez em um daqueles sites de astrologia que meu nome carrega a personalidade de alguém que vive só. Intrigada com tal fato, comecei a observar se eu realmente sou uma pessoa solitária. Por incrível que pareça, descobri mais do que imaginei que pudesse. E na verdade, não é tão ruim conviver com a solidão, já que ela me faz aprender e aguçar meu lado autocrítico. De tanto refletir sobre as coisas que acontecem comigo e com todos à minha volta, fiquei surpresa com a mudança de comportamento que o ser humano sofre ao longo de sua existência.
É claro que todo esse assunto não surgiu do nada, pois já havia pensado em escrever sobre o tema. As idéias para realizá-lo; porém, afloraram em minha mente depois que passei horas lendo A Metamorfose, de Franz Kafka (provavelmente você nunca ouviu falar, mas eu realmente recomendo a todos os amantes da filosofia). Enfim, depois de ter me inspirado com uma história fascinante, estou aqui para provar a nossa incapacidade de perceber como o tempo passa diante de nossos olhos. Eu sei que pode parecer muito individualista ficar contando minhas próprias experiências, entretanto espero que alguém em algum lugar do universo possa se identificar e não se sentir só, como me encontro agora.
Quantos aqui já estiveram assustados com a mudança de atitudes de outros indivíduos? E ainda arrisco afirmar que muitos já se frustraram quando encontraram seus velhos amigos agindo de modo estranho e às vezes incompreensível. Mas, ao contrário dos outros textos (os quais muitas consideram depressivos e negativistas), vim para declarar que sou completamente a favor de que as pessoas se transformem. Não estou ficando louca. Sei bem como é árduo ter que aceitar que seus amigos, pais, maridos, namorados e conhecidos mudaram. Como é nostálgico olhar para aquele ser e não reconhecê-lo mais. Não dá para mudar os fatos, então acostumar-nos-emos com eles (olha a erudição). Brincadeiras à parte; proponho que você, lendo meus pensamentos, corra diante de sua própria linha do tempo e perceba como a vida te moldou; quantas coisas você deixou para trás e quantas palavras foram esquecidas e totalmente perdidas. Incrível tudo isso, não é mesmo? Em particular, sou fascinada pelo ser humano e suas reações diante de certas situações e, por este motivo, continuo em busca do sonho de um dia poder estudá-lo por completo. Enquanto não chego lá, fico tentando me conformar com o pouco que possuo.
Pouco, mas não menos profundo. Sinto-me outra Talita agora. Não sou mais a mesma de ontem, nem a mesma do segundo anterior. Visto-me de modo diferente; mudo minha caligrafia; escuto músicas distintas; aprecio livros de psicologia e falo de um modo que nunca havia feito antes. E como se não bastasse: prossigo sem me conhecer por dentro. Talvez seja por isso que cada expiração me deixe mais intrigada ainda.
Enfim, posso repousar realizada por ter me provado que todas as mudanças físicas são somente o reflexo das mentais. O mundo mudou seu modo de pensar e seus habitantes se adaptam do modo que podem. Essa é uma questão que vai além da Seleção Natural. Perdoe-me; querido Charles Darwin, mas sua louvável teoria não faz menção a uma das mais belíssimas características humanas: a possibilidade de pensar. E sem mais explicações, limito-me e pedir desculpas aos meus amigos por tê-los magoado com minhas constantes e estúpidas mudanças. Aproveito para ressaltar que passo a amá-los ainda mais, por entender que eles estão se renovando a cada momento, tornando-se mais fortes e batalhadores. Sigo meu caminho, descobrindo mais uma das minhas mil faces: a paixão por escrever.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sou poeta de parede .

Eu sou um nada. Nós somos nada. Não! Eu não estou aqui para fazer algum tipo de conjugação verbal, e sim para falar de algo que me acompanha desde o primeiro suspiro: a auto-cobrança.
Novamente a vida me decepcionou e acho até que já me acostumei a dizer isso. E por incrível que pareça, não me considero mais uma pessoa azarada. Hoje, eu me sinto confortável e satisfeita com todas as experiências que tive e com toda a análise que fiz delas. Chorei sem ter motivo; tive raiva dos meus pensamentos; ouvi músicas e me imaginei em outro lugar; senti medo do incerto; exigi muito mais de mim do que deveria e, infelizmente, pensei que fosse desistir. Difícil ter que admitir isso, mas é a verdade mais cruel de toda minha vida. Entretanto, sinto-me pronta para colocar um ponto final nesta angústia e pular para a linha debaixo.
Literalmente. Cansei dessa mania de comparação que todo mundo insiste em praticar. Será que ninguém percebeu ainda? Eu tenho sentimentos! Sou alguém que se ofende, tem raiva, ama, odeia, mas que só deseja ser tratada como um humano e aceita com todos seus milhares de defeitos. Eu estou mais saturada que uma cadeia de hidrocarbonetos que possuem somente ligações simples! Chega de manter o controle. Não vou me policiar mais e ser simpática como antes. Entendam-me! E não me julguem. Sou simplesmente um alguém entupido de emoções, que se acumulam e não acham suas saídas. Não esperem que eu me desculpe pela grosseria porque me sinto distante do significado desta palavra. Simplesmente impus meu limite. E agora estou aqui para cumprir com minhas obrigações, porém, a única coisa da qual não preciso é mais alguém me dizendo o que fazer. Eu já cobro o suficiente dos meus resultados e não acredito que isso seja ruim. A cobrança (moderadamente) traz um ânimo para correr atrás dos sonhos, e quem sabe realizá-los. Tenho até medo de dizer ‘moderadamente’ porque estou ciente do quão impossível é manter o equilíbrio. E claro, eu não sou a pessoa mais adequada para comentar sobre esse assunto.
É estranho falar isso, mas algo me diz que um dia acharei a recompensa.
Talvez eu sempre acabe falando a mesma coisa, mas lembrem-se que esse não é meu intuito. Desta vez eu terminei de escrever este texto aliviada e com a certeza de que não me livrarei tão cedo desse sentimento de culpa. Todavia, enquanto ele estiver me dando mais vontade de lutar por aquilo que acredito, espero continuar sentindo-o e vivendo minha ilusão da maneira mais surreal possível, livre de intervenções ou opiniões desnecessárias. E as cobranças? Ah, continuarei pagando suas prestações dia após dia.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

You may say i'm a dreamer .

A arte de imaginar. Quer algo mais complexo que passar horas e horas; noites e dias pensando e formulando hipóteses sobre coisas que você adoraria que acontecessem? Pois é, bem vindos ao mundo da fantasia.
Hoje, neste dia extremamente chuvoso, fico me perguntando até que ponto eu devo manter a distância entre meus sonhos e a realidade ou se devo considerá-los como o primeiro passo para a realização. A resposta para essa questão? Eu não tenho e nem o Google conseguiu solucionar então, decidi compartilhar minha dúvida com todos vocês.
Verdade mesmo é que não seria possível viver sem fugir um pouco dessa tal de realidade tão cruel. Imaginem como seria deitar toda noite e não pensar em nada. DEFINITIVAMENTE NÃO! Eu preciso de refúgio na hora que coloco minha cabeça no travesseiro e tento esquecer os assuntos frustrantes que me acompanharam durante todo o dia. É, olhando por esta outra perspectiva, já me considero dependente dos meus próprios sonhos. São eles que me levam para os lugares os quais sempre quis estar; são eles que me trazem as pessoas que eu queria ter ao meu lado (e nem sempre posso, infelizmente); são eles que me fazem acreditar em coisas que jamais aconteceriam e que ninguém nunca me decepcionará. Enfim, meus sonhos (e acredito que os de toda a humanidade) são meu mundo paralelo, onde tudo sempre tem seu lado bom e todas as derrotas são transformadas em sorrisos. É o lugar onde minha alma pode se expressar livremente, onde a Talita realiza seus desejos mais estranhos sem dever explicações à ninguém; e  principalmente, livre de qualquer culpa.
Depois de algumas horas colocando meus neurônios para funcionar, comecei a perceber que os sonhos são o combustível das grandes descobertas e sem eles, os indivíduos tornam-se frios e vazios. Então, por mais que as pessoas que visitam nossos sonhos nunca tenham a oportunidade de saber a importância delas em nossas vidas, é essencial que todos possam (por mais que seja somente por algumas horas) ser livres e amar sem precedentes, como se nada fosse acabar e as histórias mirabolantes fossem de verdade.
E neste momento, o que eu mais desejo é recostar sob minha cama e viajar até meu interior; fazer tudo aquilo que eu não teria coragem acordada (perigoso) e viver, à minha maneira, o meu próprio conto de fadas.

“ Every man has his own especial dream, and your dreams’ just about to come true. Life’s not bad as it may seem if you open your eyes to what’s in front of you” (Dreamgirls ♥).