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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Viver é desenhar sem borracha.

Ela abriu os olhos. Sentiu que a luz entrava por eles. E viu a vida, como nunca antes. Procurava há algum tempo a maneira certa de expressar seus sentimentos, mas só o silêncio a acompanhava. Angustiada, pegou um caderno encostado na cabeceira de sua cama, um lápis e se fez livre. Deixou todas suas emoções escaparem para o papel como se o mundo pudesse ler, e sentir.
Os últimos anos não foram fáceis para ela. Perdeu seus avós paternos que, mesmo morando longe, eram infinitamente amados. Assistia seu pai chorar; o olhar triste, enfraquecido, revoltado. Entrou em depressão e a garota, nada sabia que pudesse ajudar. Somada à toda essa preocupação, ainda estava a pressão dobre a escolha da profissão, do futuro.
No auge de seus 17 anos foi obrigada a decidir o destino de toda sua vida. Não estava preparada, óbvio. Mas isso não importava agora. A única verdade que tinha para si era o desejo latente de auxiliar o próximo. Seria médica, então. Em meio às perdas e deslizes emocionais, a menina encontrou um motivo para sorrir. Escolheu lutar pelos seus sonhos e esperar, fielmente, pelo dia em que eles se tornariam reais.
Quando se sentia só, escrevia. Desenvolveu paixão pelos textos, tornou-se íntima das palavras. Encontrava em suas aflições e frustrações, algo que fosse bom o bastante para ser lembrado. Afinal, ela não gostava de desabafar, preferia assumir sua culpa e seguir em frente.
Virou a página. A menina não sabia como, mas o tempo a fez mudar. Ela sabia que no caminho haveria tristeza e desilusão. Entretanto, ela estava pronta para narrar sua história sem medo de errar.


Yeah, lost 'till you found, Swim 'till you drown, Know that we all fall down, Love 'till you hate, Jump 'till you break, Know that we all fall down - All Fall Down, OneRepublic.

1 comentários:

Caio Coletti disse...

Você escolheu um trecho de uma das minhas letras pra colocar no rodapé do seu texto, e que texto particular o seu. Há quem diga que os melhores escritores são aqueles que colocam a si mesmos sem medida nas linhas. Acho que são experiências próprias minhas, mas eu aprendi a me resguardar um pouco delas, para não deixar elas dominarem a mim, o escritor. Entende?

Mas acho lindo quem escreve assim e consegue manter o controle.

Beijos, amiga! *-*

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