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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Eu pulo, se você me der a mão.

Para ler ao som de Maroon 5 - She Will Be Loved.
Por um momento eu pensei que aquele dia não havia sido real. Mas não. Aquela lua era de verdade, aquele abraço era de verdade, aquela voz era de verdade. V-E-R-D-A-D-E. Nunca havia chegado tão perto do significado dessa palavra como agora. Para ser mais sincera, os últimos meses me fizeram entender melhor isso de ser real.
Você estava ali. Passou a fazer parte da minha vida como ninguém antes conseguira. Do meu lado, por todos os lados. Dentro de mim. Parte de mim. E é estranho que, conforme o tempo passa, mais tempo com você eu quero. Escolhi você para ocupar o espaço que me faltava e o faria infinitas vezes novamente.
Aquela noite. Aquela música. Você. Eu me virei e, em seus braços, me senti segura. Tive a sensação de que se o mundo acabasse naquele minuto, eu teria tudo o que precisava. Porque você é o que eu preciso. Fechei os olhos. Minha cabeça girava, meus pensamentos estavam a mil e na garganta, um nó. Eu me perguntava se realmente merecia tudo aquilo, se existia alguém mais feliz do que eu com você. Ao mesmo tempo, a resposta pouco me importava. Parecia sonho, parecia ideal demais.
Abri os olhos. Era realidade, era ideal. Perfeito. Não pude conter o choro. As lágrimas ali transbordaram um sentimento inteiro, que não cabia mais aqui dentro e implorava para sair. Amor. Já te falei milhões de vezes e ainda assim não era suficiente. Eu te amo.
Procurei por seus olhos e percebi que eles estavam como os meus. A primeira vez que os vi chorar; até agora não consigo descrever o que senti quando vi suas lágrimas. E acho que nem quero conseguir. Tatuei aquela imagem na minha memória e cravei as palavras que você me disse no coração - é permanente agora.
Só sei que, se pudesse, pararia no tempo só para não perder seu sorriso. Tantos detalhes. Tanta verdade. Tudo aquilo significou demais para mim. E eu até poderia agradecer, mas ainda seria pouco. Então eu escrevo, escrevo e escrevo; entrego minha inspiração em suas mãos. Para que um dia, quando meus filhos ou netos quiserem saber da minha história, eles possam sentir pelo menos uma parte do que senti naquela noite. A noite na qual te olhei sob a luz da lua e descobri que já era mais sua do que jamais fui minha.

sábado, 25 de agosto de 2012

(Res)peito.

Para ler ao som de OneRepublic - Apologize.

Conjugo verbos equivocadamente o tempo todo. Meu arroz nunca dá certo, a cozinha me odeia e essa é mais uma das minha frustrações. Tenho 19 anos, ainda não tenho carteira de habilitação e todo mundo me pergunta o por quê. A verdade é que eu sou um desastre ambulante. Adoro livros de filosofia e, no momento, estou obcecada por Nietzsche. Faço drama 24 horas por dia e se você disser que minha letra é feia, eu vou chorar. Acho que isso de viver em excesso ainda vai me matar antes da hora. Sensibilidade é meu segundo nome. Faço poesia (eu tento) com tudo, minhas histórias são ultrarromânticas e eu não sei rimar. Aliás, eu escrevo sobre tudo que me acontece e já perdi a conta de quantos rascunhos eu tenho jogados por aí. Ah, se já te dei algum dos meus textos, considere-se importante; minhas palavras tiveram pouquíssimos destinatários até hoje. Gosto do movimento da caneta no papel e de ver as palavras tomando forma. Quando a inspiração me pega, sou capaz de acordar de madrugada para escrever (meu passatempo preferido, aliás). É tão natural para mim essa intensidade. Mesmo assim, eu me acho incompetente. Quando eu coloco o ponto final no término da folha, sobra a sensação de que poderia ter ficado melhor; sempre assim. Eu sou ciumenta, indelicada e revoltada na maior parte do tempo. Quando eu não estou pensando sobre a vida, eu penso no que poderia estar pensando; no mínimo confuso. Morro de medo da solidão e todas as noites, antes de dormir, eu peço pela felicidade de uma pessoa em especial.
E agora? Eu mereço seu respeito? Agora que você sabe quais são meus medos e minhas manias, você é capaz de me respeitar? Se a resposta for sim, admirável Leitor, talvez haja um equívoco. 
Para começar, é bom deixar claro que falsidade não é respeito. O respeitar está completamente desvinculado do merecer. Independentemente do primeiro parágrafo desse texto, o respeito que há entre nós deve permanecer o mesmo. Conhecendo-me ou não, respeitar é fundamental. Você, é claro, tem todo o direito de achar tudo isso aqui um(a) -adicione o xingamento que desejar neste espaço- e eu posso, livremente, continuar produzindo. A crítica é sua, o texto é meu e a convivência continua a ser mantida. Ou deveria.
E isso tem me irritado um pouco (tá, grande novidade). A gente vive saindo por aí (inclusive nas redes sociais) cuspindo palavras por impulso e provocando outras pessoas por qualquer motivo medíocre que seja, sem perceber que alguém pode ter se ofendido, e sem demonstrar, respeitou aquele nosso momento de estupidez. Já aconteceu comigo, com alguns de vocês (ou todos) e assim será sempre.
Por isso, vamos tentar aceitar que os outros nunca serão do modo como desejamos -chorem, eu deixo-. Ninguém nunca fará as mesmas escolhas que nós um dia fizemos, e nem por isso devemos odiá-los. Você não precisa chegar no seu twitter e despejar indiretas em prestações de 140 caracteres só para se vingar. Você não precisa de frases de efeito para dizer que alguém é insuportável só porque não agiu como você esperava. Você não precisa ferir alguém para sobreviver, acredite. Porque, assim como você, o outro também tem sentimentos. Suas palavras também machucam e fazem chorar. 
Mas acalme-se aí na cadeira, Leitor querido, não estou tentando promover a paz mundial, muito menos dizendo que devemos ser todos como a Madre Tereza de Calcutá (por favor né). O que eu quero dizer é que você pode não me suportar (às vezes, nem eu mesma me suporto), pode me chamar de hipócrita, esquisita, chata e tantos outros pseudo-adjetivos de sua preferência, você tem todos esses direitos. Mas guarde-os com você, é desse respeito que estou falando. 
Por diversas vezes, já tive vontade de gritar, e calei. Tive vontade de brigar, e guardei. Tive raiva, e apesar de tudo, sorri. Posso não concordar com milhares de coisas do mundo aí fora, mas nada disso vai mudar a maneira como elas são. O respeito economiza, poupa energia celular e rejuvenesce. E eu aposto que ninguém aqui quer ficar com rugas, não é mesmo?