De tanto procurar na gavetas empoeiradas do meu cérebro, acabei me perdendo mais ainda. Passei horas pensando e viajando em vão. Há um verso, ou alguns, prontos aqui dentro de mim, eu tenho certeza. Posso sentir as palavras ordenadas em minha memória, dançando a "dança dos parágrafos", da maneira mais graciosa possível. E nada. Toda vez que pego minha caneta preta de sempre e olho para as folhas brancas, nada acontece. Ah, que angústia é essa? Meus dedos não conseguem parar; parar com essas frases perdidas. O que eu posso fazer? Esqueci de desligar o botão da sensibilidade e encontro-me aqui, pensando sobre pensamentos.
Sinto muito. Também não fui capaz de entender o que acontece comigo, ou conosco. No fundo, deve ser assim mesmo. Cada pessoa herda do mundo aquilo que merece. E a mim, coube essa mania. A mania de pensar demais.
"Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia desse momento
inunda minha vida inteira."
Carlos Drummond de Andrade.
1 comentários:
Haha.. Só posso concordar com você, e "como pensa demais", sempre pesando os atos, as palavras, nada é por acaso. Você continua a mesma,se me permite dizer, com uma armadura um pouco mais reforçada e refinada,um outro "algo" pra se distrair,mas na essência continua sendo a de sempre =).
Como voce mesma ja disse em algum dos teus textos, a mudança vem para todo mundo, mas talvez o bom (ou mal, ainda não sei) é que talvez sua grande mudança seja não mudar.
Beijos,
Lu.
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