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domingo, 19 de maio de 2013

O sujeito oculto do futuro mais que perfeito.

Eu ando pelas ruas procurando pedaços de mim mesma pelas esquinas. Procuro meus versos perdidos em ruas estreitas e cada vez mais desertas. Escrevo qualquer coisa sem nexo enquanto a busca não termina. Já andei tantos quilômetros e meus pés doem. Não dá para parar, mas seguir em frente doi demais. Doeria mais se eu tentasse voltar.
Pragmática de dia, lunática à noite. Escrava da poesia, faço das palavras açoite. A verdade é que não sei o que faço aqui, nesse caminho longo e tortuoso onde é impossível enxergar o fim. Sou o tipo enjoado de insatisfação constante. A cada cinco passos eu olho ao redor procurando algo que seja capaz de me transformar. Seja minha maneira oblíqua de escrever ou a cor do meu cabelo, eu só preciso mudar. Preciso parar de querer me encontrar.
Mas o sentido só foge, a caneta só escorrega e eu mal consigo pensar. Quando as palavras brincam de esconde-esconde, nem adianta gritar: ninguém responde. Somos eu e minha sombra, tentando caminhar em um infinito de emoções, pisando em expressões desconhecidas e bagunçando verdades absolutas.
Quer saber? Eu vivo em um mundo de contos. Um mundo que faz o singular virar plural e o plural, singular. Não sei para onde esse caminho me levará e nem sei se quero chegar. Sou um estranho misto de paradoxos e confusões. Às vezes clara, às vezes escura. Às vezes voz e às vezes silêncio. Sou ora letra, ora melodia. Eu sou inteiramente eu e, muitas vezes, faço-me metade de um todo que eu nem sei se é meu.

2 comentários:

DuKe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
DuKe disse...

Sabe que eu gostei, algumas palavras eu não entendi, mas eu achei as imagens muito eficazes, e também os recursos rítmicos interessantes, que servem de contraponto à metáfora subjacente de humanidade (desculpe), Taliticidade da alma do poeta. (Ford Perfect)

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