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domingo, 7 de abril de 2013

(Só)corro.

O dia que nunca chega e a lua que não é cheia. A luz que apaga e não acende, o tempo que não volta e não compreende. A mensagem que não chega, a coragem que só se nega e a palavra que não se entrega. O texto que não se escreve, o papel que não se rasga, o amor que nunca acaba. O amor que nunca chega. O livro que não se abre, o fogo que já não arde, aquilo que aqui não cabe. O amor que nunca acaba. Que nunca acabe.
A vela que escurece. A tarde que anoitece. Aquilo que não se esquece. O amor que não se mede. O certo já tão distante, guardado em um instante. A vida aventura errante. De repente, não mais que de repente. O beijo que não se dá. O abraço que aqui não há. Eu peço que não se vá. E o amor que nunca acaba. No rosto, a lágrima escorre. O choro que não se encolhe. A saudade que já não morre. O amor que não se acaba.
O som que não se ouve. Os olhos que não me vêm. O medo que vai e vem e o verso que não convém. Meu jeito que não se entende. O sorriso tão sorridente. Um contentamento descontente; aquele que a gente sente. Ardente. Como o amor que nunca acaba.
Aquela vida minha. Tudo o que poderia ter sido e não foi. O colorido sem cor. O coração e a dor. O pensamento que nunca acaba. Sem fim, de amor.
Agora no escuro, eu choro. Eu grito, eu morro. Eu amo e eu corro: sinto sua falta. Socorro!

1 comentários:

DuKe disse...

Ah, a indecisão, quão insuportável ela não é? ou seria ela a mais bela de todas? porquê viver assim sem rumo? ou seria assim que é melhor viver, afinal ter apenas um rumo seria maçante demais? por outro lado, viver sem um objetivo definido seria impossível. Ah a indecisão e as maravilhas que ela nos proporciona...

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