Pages

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Chor(ando)

Talvez eu seja mesmo meio maluca. Meio doente. Meio anormal. Talvez eu seja completamente maluca. Talvez a dor que eu carrego aqui dentro nunca vá passar, e ainda assim, eu não me acostumarei com ela. Você não tem noção de quantas noites eu chorei antes de dormir. Quantas foram as vezes que eu peguei no sono ainda com os olhos molhados. Eu quis parar. Usei inúmeras folhas de caderno tentando provar pra mim mesma que tudo estava bem. Não estava. Borrei as poesias com as minhas lágrimas. Eu queria gritar, mas não pude. Perdi a noção de quantas vezes eu tentei esquecer. Em vão. Rezei todos os dias. Pedi para que essa dor fosse embora. Tentei me distrair com qualquer coisa sem importância só para não pensar mais nisso. Mas você estava em todos os lugares. Todos. Mergulhei de cabeça e corpo nos livros, mas cada virgula me lembrava do seu sorriso. Foi difícil. Nunca desabafei com ninguém, afinal, eles nunca me entenderiam. Quis arrancar meu próprio coração, só para saber se essa dor iria parar. Chorei escondida. Engoli o choro. E agora, eu choro. Todas as lágrimas que guardei e que saem de mim agora dizem a mesma coisa: eu te amo tanto que até dói. E eu posso até negar e fugir. Mas, eu te amo. Eu te amo tanto que toda vez que eu te vejo são essas três palavras vêm em minha cabeça. Dói ainda mais saber que eu não posso pronunciá-las em voz alta. Talvez eu até possa, mas sou covarde demais para isso. Chega uma hora que a gente não consegue mais carregar o mundo inteiro nas costas. A gente precisa dizer. Ou chorar. Por mais melodramático e estranho que pareça. De verdade, isso não me importa hoje. Eu te amo. Te amo com a alma, com minhas células (todas elas), com meu pensamento. Te amo de um jeito que nem o tempo pode mudar. Te amo que nem cabe. Te amo que nem aguento. Te amo sem falar. Muda. Sem voz. Te amo de azul, preto e vermelho. Eu te amo tanto que nem consigo pronunciar. Então, eu choro. Ando por aí chorando, só pensando no dia que você me olhará nos olhos novamente e poderei te dizer que eu te amo. Com todo o meu coração..

domingo, 22 de setembro de 2013

Um parágrafo.

Não sou o tipo de pessoa que agrada multidões. Nunca fui. Nunca serei. Eu mesma sei o quão desagradável consigo ser. É tudo muito claro por aqui. Os defeitos, as inseguranças, tudo. O que me intriga, na verdade, é ser reprovada sem ao menos ter pedido aprovação. Se dou minha opinião, sou grossa. Se fico em silêncio, pura arrogância. Se digo a verdade, sou hostil. Se discordo, é ironia. A maioria das minhas brincadeiras são levadas a sério, mas quando falo sério, parece brincadeira. Meu cabelo é vermelho demais, eu sou exageradamente magra e não tenho pernas torneadas (risos), e isso é um verdadeiro problema. Eu amo literatura, escrevo e gosto de poesia, completa insânia. Não falo sobre religião, porque muitos não entenderiam a minha. Acredito na força da natureza. Não gosto de chorar em público, afinal, a sociedade já é cruel demais para presenciar tamanha vulnerabilidade. Não sou o tipo de mulher ideal. Nunca fui. Nunca serei. Não sou fã do hedonismo e de parecer um pedaço de carne em exposição. Não dou risada o tempo inteiro e isso faz de mim uma antipática em potencial. Já perdi a noção de quantas vezes me perguntaram se eu tinha sentimentos. Engraçado né? Vou confessar que às vezes também acho graça. Acho curiosa a mania de criticar sem entender. Sem se importar. Nunca perguntei sobre meu corpo, minha vida ou minhas escolhas. Nunca pedi para ser adorada, venerada e admirada por todos. Prefiro passar despercebida. Sou um grande problema, eu sei. Minha alma Che Guevara é pura confusão. Acontece que algumas coisas foram feitas para serem assim, paradoxais, como esse parágrafo. A gente apenas se acostuma. E aprende. Aprende que em um mundo tão cheio de pessoas tão vazias, o esquisito é ser você mesmo. Infelizmente.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Poliglota.

Ek het jou lief. Te dua. Ana behibak. Yes kez sirumen. Aamee tuma ke bhalo aashi. Ya tabe kahayu. Nahigugma ako kanimo. Obicham te. Soro lahn nhee ah. Ngo oiy ney a. Ne mohotatse. T’estimo. Mi aime jou. Volim te. Miluji te. Jeg elsker dig. Ik hou van jo. Ma armastan sind. Afgreki’. Eg elski teg. Doset daram. Mahal kita. Mina rakastan sinua. Ta gra agam ort. Mikvarhar. S’agapo. Hoo thunay prem karoo choo. Palangga ko ikaw. Aloha wau ia oi. Guina higugma ko ikaw. Hum tumhe pyar karte hae. Kuv hlub koj. Nu’ umi unangwa’ta. Szeretlek. Eg elska tig. Palangga ko ikaw. Saya cinta padamu. Negligevapse. Taim i’ ngra leat. Ti amo. Aishiteru. Sarang heyo. Es tevi miilu. Bahibak. Tave myliu. Wo ai ni. Kanbhik. Ana moajaba bik. Ni mits neki. Ayor anosh’ni. Jeg elsker deg. Doo-set daaram. Kocham ciebie. Te ubesk. Ya tebya liubliu. Ljubim te. Te quiero. Ninapenda wewe. Jag alskar dig. Ich lieb dich. Wa ga ei li. Ua here vau ia oe. Seni seviyorum. Ya tebe kahayu. Je t'aime.
O mundo inteiro diz. Nem todo o mundo sente. Inúmeros idiomas, inúmeras sensações. Apenas um sentimento.
E você, já falou "eu te amo" hoje?

terça-feira, 18 de junho de 2013

Cor(ação).


Não importa o lugar, dia 25 de um mês bonito do ano que te conheci.
Querido Destinatário,
O propósito desta carta é bem simples. Não há nada do que reclamar, argumentar ou defender. Escrevo no caderno de sempre, sentada no mesmo lugar, sobre um assunto já bem conhecido. Acontece que desde que te conheci, não pude pensar em nada que não fossem seus olhos. Desde então, não consigo tirar sua imagem da minha cabeça e tudo aqui ao meu redor lembra você.
É difícil estar distante. A ansiedade me mata. Cada hora, cada segundo, todo o tempo. Esse relógio que não anda e faz o finito parecer infinito longe de você. Minha vontade é correr até aí e dizer o que sinto. Porque a verdade, querido, é que não escrevo por mim, mas por você, que me fez assim: menina com coração poeta. Sabia que a cada cinco palavras que falo, vinte e sete incluem você?
Quantas vezes eu disse que te amava? Eu escalaria os topos das montanhas, nadaria todo o oceano azul, ultrapassaria todas as linhas e quebraria todas as regras para provar que te amo. Mas, querido, eu só lutaria contra tudo por sua causa. Porque mesmo quando eu estava perdida, você me fez encontrar um caminho. Pois é, parece que fui feita para você.
O problema é que essas três palavras ainda são muito pequenas. Foi quando decidi escrever essa carta. Foi quando separei o amor em centenas de caracteres e os carimbei nessa folha branca. Cada palavra aqui tem o tom da sua voz, aquela melodia única que me faz suspirar. Talvez você não tenha noção do tamanho do sentimento que eu guardo. Pode ser que tenha me faltado clareza. Ou coragem. Espero, sinceramente, que essa carta não fique no fundo de uma gaveta. Por isso, querido, quando terminar de ler, dê aquele sorriso só seu que eu acho tão incrível. E acredite, eu estarei lhe sorrindo de volta.

Com amor,
De alguém que só pensa em você.

domingo, 19 de maio de 2013

O sujeito oculto do futuro mais que perfeito.

Eu ando pelas ruas procurando pedaços de mim mesma pelas esquinas. Procuro meus versos perdidos em ruas estreitas e cada vez mais desertas. Escrevo qualquer coisa sem nexo enquanto a busca não termina. Já andei tantos quilômetros e meus pés doem. Não dá para parar, mas seguir em frente doi demais. Doeria mais se eu tentasse voltar.
Pragmática de dia, lunática à noite. Escrava da poesia, faço das palavras açoite. A verdade é que não sei o que faço aqui, nesse caminho longo e tortuoso onde é impossível enxergar o fim. Sou o tipo enjoado de insatisfação constante. A cada cinco passos eu olho ao redor procurando algo que seja capaz de me transformar. Seja minha maneira oblíqua de escrever ou a cor do meu cabelo, eu só preciso mudar. Preciso parar de querer me encontrar.
Mas o sentido só foge, a caneta só escorrega e eu mal consigo pensar. Quando as palavras brincam de esconde-esconde, nem adianta gritar: ninguém responde. Somos eu e minha sombra, tentando caminhar em um infinito de emoções, pisando em expressões desconhecidas e bagunçando verdades absolutas.
Quer saber? Eu vivo em um mundo de contos. Um mundo que faz o singular virar plural e o plural, singular. Não sei para onde esse caminho me levará e nem sei se quero chegar. Sou um estranho misto de paradoxos e confusões. Às vezes clara, às vezes escura. Às vezes voz e às vezes silêncio. Sou ora letra, ora melodia. Eu sou inteiramente eu e, muitas vezes, faço-me metade de um todo que eu nem sei se é meu.